quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Direção de Arte


Sou consciente de que não há uma frase, um poema
ou mesmo um livro capaz de dizer ao mundo quem realmente sou.
Cada um que me le interpreta com um pouco de si.
Cada vírgula que esqueço representa meus erros;
os acentos, minhas escolhas;as reticências, toda criatividade...
Que eu fique subentendida no olhar de quem me ama!
Que me interpretem com o interesse de quem busca respostas!
Que me reconheçam como a significância de uma lágrima!Que eu seja capaz de me incluir nessas histórias!Que a vida seja mais do que um roteiro!
Que a paixão transponha tais reticências!
Que seja plena em forma, cor e essência!
SEREI EU A CADA MOMENTO
DE DÚVIDA
DE DOR
DE AMOR
DE SONHOS
DE REALIZAÇÕES
DE VIDA...

sábado, 22 de dezembro de 2007

Espetáculo aos palhaços reprimidos




Dormi.

Me vi dormindo com Querubins, Arlequins ...

mas foi Ele - o Pierrot - quem regou meus olhos

Tento drená-los, Colombina de mim

Aparente fortaleza, certeza.

Brotam mudas, muda, calada - disfarço

Tudo que sei, bem fundo

Não preciso de anúncio.

Já drenados espelham a sépia alma do palhaço

Aturdido, se refaz - em tons mais claros, quase pastéis

e com sutis prismas cintilantes.

Reflito, em riso, todo gozo d'alma

Efusivos, nos unimos

palhaços no circo, e a platéia aplaude

em olhares caturros, "EXpantados"

mas que no fundo aguardavam

a bravura dos Circences em corromper a civilização

acostumada a usar o nariz de palhaço!


segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

EpideRmia


Não quero ser tão superficial ao ponto de não possuir fraqueza alguma...
Nem ser intelectual e cagar arte barroca
Não gosto do negativo mas o prefiro à aceitação
Tenho um gosto divino mas tendo à excessão!
Queria uma árvore mas não era usual...
Tomei uma Coca-cola já que dizem não faz mal
Passei num petshop e adotei um filhotinho
Agora to feliz e deixo a Coca por Toddynho.
Um dia fui criança... ou será que fui trocada?
Agora amadureci - me sinto mais esverdeada
Talvez aquela árvore não tenha sido possível
Mas agora faço parte deste mesmo infinito.
O moinho roda forte e aumenta a cada dia
espalhando as sementes dos teus dentes incisivos
Que cravastes outro dia no meu lado mais maciço
E agora explode vida da placenta em carne viva...
(ou dos fundilhos de um mendigo!)

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

O ter


O "ter", termo utilizado sem ternura
Prisão sem mágica, tortura.
Fôlego dos náufragos, redenção.

[Cabeças flutuantes não magoam
aquilo que as mãos não tocam mais.]

Pensar no agir sem o próprio ato,
E nem gastar a sola do sapato
com lírios,trufas, jogos de gamão...

Bandeiras não são jamais erguidas
caso não haja um ponto de partida
inebriantes sem qualquer exatidão.

Rótulos, cartazes enaltecem
algumas iguarias de oblação
Mas desconhecem o teu poder amniótico
e entram em colapso caótico
fruto de acéfala pretensão.

[Cabeças flutuantes não magoam
aquilo que as mãos não tocam mais.]


O "ter" não tem mais emoção

pois cabeças não possuem coração

e o suspiro ficou só na memória...